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domingo, 26 de janeiro de 2014

DIÁLOGO DENTRO DE BALÕES





            Dentre inúmeros quadros existem inúmeras pinturas, fotografias e formas artísticas que vem a ser representadas no universo 2D (Duas dimensões) e até 3D (Três dimensões) mas muitas das vezes representadas em 2D com perspectiva visuais que representem o famoso 3D fixas em um pedaço de papel ou em qualquer outra superfície de outro material no nosso universo físico ou digital.
            Para o inicio ou a consideração de um inicio destas práticas artísticas remete ao começo das primeiras pinturas rupestres feitas em pares de cavernas muito antes de 15.000 a.C., mas isso não se intensifica em um único ponto de civilização humana, mas em várias partes onde tal civilização se acomodou. Tais pinturas poderiam representar feitos de caçada, feitos ritualísticos e suas iniciações para o espaço das adorações as divindades de sua determinada tribo para compreender o mundo a sua volta.
            Bem, devemos pular um imenso período histórico da evolução sociológica, tecnológica, e artística da civilização humana entre outras coisas, vamos até 1501 a.C. a 1550 a.C., onde na matriz da civilização européia estava em seu auge político, social e até tecnológico. Neste período começaram a surgir ou circular tanto no meio de homens letrados e ricos ou sem cultura e pobres desenhos que faziam sátiras fossem elas políticas e sociais de seus representantes, mas foi na França que foi determinada esse tipo de arte, não pelos seus padrões artísticos, mas padrões cômicos e satíricos, recebendo a cunha de “charge” que significava carregada destes significados cômicos e até ofensivos.
            Séculos depois tais trabalhos continuariam a tomar ênfase em jornais, livros, cartilhas e até panfletos para denegrir de modo cômico, certos fatos e acontecimentos sociais, políticos, religiosos, de determinado período atual, antigo ou presente.  Não somente com a ilustração em si, mas falas destes personagens como em uma história fixada em um pedaço de papel sendo atuada pelos seus representantes gráficos. As caixas de dialogo definiam as falas ou narrativa do que poderia estar a acontecer com os personagens, entre eles, no cenário ou na situação vindoura, tais caixas de dialogo poderiam aparecer sobre o desenho ou abaixo dele. Existiam assim quadros extras de representações futuras das ilustrações, exemplo seria se em uma imagem aparecia um garoto chutando uma bola, em outro quadro apareceria à bola voando para bem longe dando a impressão gráfica de continuidade ou movimento da cena.
            Já no século XX veio a consagrar um imenso advento das inovações tecnológicas e artísticas, neste período veio a surgir a fotografia e os primeiros filmes em projetores a manivelas sem áudio, a eletricidade muito mais volátil graças a corrente alternada, o grande êxodo rural e a super expansão populacional junto o crescimento vertiginoso das cidades para megalópoles, diante disto a evolução desta arte gráfica classificada neste período como quadrinhos, veio a ser renovada e ter uma divulgação maior ainda perante as pessoas e de inicio transformada como meio de entretenimento infanto-juvenil. Mas isso se consolidou graças a dois grandes quadrinistas.
            O primeiro quadrinista seria o tão aclamado e respeitado mundialmente Will Eisner desde a década de 1930 até os dias atuais atualizou as formas de pensar e representar as formas gráficas do quadrinho americano e de modo mundial. Ele veio a tornar mais dinâmico e sério tal arte, com histórias envolventes e com uma narrativa mais complexa assim como nos livros, mas desenhando cenas e ações mais empolgantes como nos roteiros de cinema, verdadeiras obras, principalmente com a renovação dos “balões de fala” onde os personagens tinham eles sobre suas cabeças designando assim as falas de modo mais continuo e dinâmico para com o personagem, a história e até para o leitor. Ele fez inúmeras obras e sempre se reinventando neste meio artístico e cultural.
            Outro grande quadrinista, ou melhor, mangaká foi Osamu Tezuka, quase no mesmo período e com os mesmos ideais e meios de comunicação, para com o quadrinho, este também conhecido mundialmente, mas representado desta forma em seu país, no Japão os quadrinhos são conhecidos como mangás (tradução literal: imagem involuntária) então os desenhistas destes quadrinhos conhecidos assim como mangaká, este veio a revolucionar também na dinâmica dos quadrinhos japoneses e suas histórias cheias de emoção e aventura para com seus personagem e séries, ele também revolucionou a arte colocando olhos gigantes nos personagem passando a representação das emoções para os olhos deles, simplificando o entendimento do emocional do personagem.
            Em muitos outros lugares do mundo, e muitas outras épocas a partir dai vieram a surgir grandes nomes e grandes símbolos deste fabuloso meio de entretenimento onde mesmo muitos ainda que acreditem ser um meio de entreter e divertir crianças possa ainda a significar muito para muitos adultos.


            No Brasil existiram muitos que contribuíram para a formação desta arte, como Ziraldo, Mauricio de Souza, Angeli, Clauco, Mozart Couto, Julio Shimamoto, Flavio Clim, Fabio Moon e Gabriel Bá, Danilo Beiruth, Caeto Melo, Daniel Galera, Ulisses Garces e muitos outros, lembrando, que estes vieram de épocas diferentes assim como Ziraldo e Mauricio de Souza, que compõe a velha guarda dos quadrinistas brasileiros, os demais outros compõe períodos distintos e influenciaram muitos outros e hoje influenciam e criaram influenciadores desta arte, não só eles, mas todos tiveram o mesmo motivo, de poder passar suas estórias e fantasias para o quadro a quadro com a arte seqüencial entre balões e ações, onomatopéias e rasuras. Usaram do lápis, papel, caneta, borracha e nanquim os precursores de suas careias e assim influenciando muitos outros a se expressarem suas fantasias e diálogos entre tantos e tantos personagens com inúmeras falas em numerosos balões.


Texto: Wolferson