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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Lei de Comunicações: influência da bancada de radiodifusão divide opiniões!

Consultor legislativo acredita que parlamentares concessionários de rádios e TVs podem dificultar mudanças na lei. Deputados discordam e acreditam que a propriedade de emissora não inviabiliza capacidade de análise do tema.

Parlamentares afirmam que não haverá prejuízo na análise do projeto da Nova Lei Geral de Comunicações em razão da presença de acionistas ou proprietários de emissoras de rádio e TV no Congresso. Um dos pontos previstos no projeto, que está em fase de elaboração pelo governo, é a proibição expressa de parlamentares serem concessionários de rádio e TV.

Eles discordam de avaliações que apontam eventual parcialidade no debate da proposta em razão da relações diretas e indiretas de parlamentares com emissoras. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta uma bancada informal de 60 parlamentares proprietários, acionistas ou ligados a emissoras de rádio e TV. Segundo o Diap, contando proprietários diretos e indiretos (parentes de concessionários, por exemplo), o número sobe para mais de 100. Alguns deputados com participação acionária em veículos de rádio e TV não se reconhecem, no entanto, como integrantes da bancada de radiodifusão.

O consultor legislativo da área de comunicações Cristiano Aguiar Lopes acredita que essa bancada pode dificultar a aprovação das mudanças previstas na proposta do governo. Ele prevê um fortalecimento desse grupo, especialmente na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, já que muitos deputados que atuavam na área, considerados independentes, não foram reeleitos. O professor Murilo Ramos, da Universidade de Brasília, especialista em políticas de comunicação, afirma que a influência forte dos parlamentares radiodifusores na Câmara já é um fato histórico.

Isenção
O deputado Arolde de Oliveira (DEM-RJ), que é dono de uma emissora de rádio e era integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia e Comunicação e Informática na legislaturaEspaço de tempo durante o qual os legisladores exercem seu poder. No Brasil, a duração da legislatura é de quatro anos. anterior, afirma que o fato de um parlamentar deter participação acionária em rádios e TVs não atrapalha a análise isenta de uma nova lei para o setor. O deputado acredita que a proibição expressa de parlamentares deterem emissoras de rádio e TV, prevista no anteprojetoEsboço de um texto ainda não apresentado formalmente como proposta à Casa. , tem que ser discutida com clareza, de forma "não pueril". "Por que não pode ter? O político tem mandato temporário, ele entra e sai. E ele pode não ter a propriedade da emissora, mas ela pode estar em mãos de uma pessoa de sua confiança", destaca. "Se o político que tem rádio tem facilidade para se eleger, o político que tem dinheiro também tem. Essa é uma discussão ideológica".

Oliveira é contrário a um novo marco regulatório amplo para o setor e defende ajustes pontuais na legislação de rádio e TV, para adaptá-la às inovações tecnológicas e para regular, por exemplo, questões de propriedade cruzada dos meios de comunicações. "Não temos que reinventar a roda, temos que corrigir problemas, sem mexer nas conquistas". Ele ressalta ainda que é contrário a qualquer tipo de controle de conteúdo dos meios de comunicação.

Concentração de propriedade
O deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que pretende integrar a Comissão de Ciência e Tecnologia, diz que o fato de parlamentares serem acionistas ou proprietários de emissoras de rádio pequenas, por exemplo, não inviabiliza a análise de mudanças nas leis do setor. "Há parlamentares proprietários de grandes redes de comunicação, mas eles são minoria". Para ele, não é necessário proibir os parlamentares de serem proprietários de emissoras, mas deve ser evitada a concentração. "A acumulação de emissoras, o excesso de poder - isso, do ponto de vista democrático, não é bom". O deputado afirma que já foi dono de uma pequena rádio, mas não é mais.

Azeredo acredita que algumas mudanças na legislação do setor são necessárias para adaptá-la à evolução tecnológica. Na sua visão, a Lei Geral de Telecomunicações (9.472/97), por exemplo, deve ser alterada para permitir que as concessionárias de telefonia ofereçam diretamente o serviço de internet de banda larga. Já a Lei do Cabo (Lei 8.977/95), em sua opinião, precisa de alteração para permitir que as operadoras de telefonia ofereçam o serviço de TV a cabo. "Hoje o consumidor paga caro pelos dois serviços", ressaltou. No caso dos serviços de radiodifusão, ele defende a democratização da propriedade de rádios e TVs.

Já o líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), afirma que um novo marco regulatório das mídias, que regulamente o capítulo da Constituição referente à comunicação, democratize o setor e impeça a monopolização, é um dos pontos centrais da agenda do Congresso. "Há uma chiadeira dos proprietários dos conglomerados de comunicação, mas a matéria não pode ser mais adiada", diz. "A bancada de radiodifusão é cerca de 1/5 do Congresso, mas restam 4/5, e não quer dizer que este 1/5 seja todo contrário a mudanças, se elas forem boas para o País".

Reportagem - Lara Haje
Edição - Paulo Cesar Santos

Programa pode atender milhões de alunos em tempo integral !

Já aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça, proposta de Cristovam Buarque está em exame na Comissão de Educação do Senado

Pelo menos 3 milhões de novos alunos poderão ser matriculados anualmente em escolas de horário integral, cujos professores, selecionados por meio de concurso público nacional, terão bons salários e dedicação exclusiva. Esse é o objetivo do projeto de lei do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em tramitação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

A proposta, que já tem parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e aguarda a indicação de novo relator na CE, estabelece o Programa Federal de Educação Integral de Qualidade para Todos, a ser implantado em escolas estaduais, municipais e do Distrito Federal (DF). O projeto autoriza ainda o Executivo a criar a Carreira Nacional do Magistério da Educação de Base. O programa, de acordo com a proposta, será implantado por cidades, sob supervisão do Ministério da Educação e com a colaboração dos governos locais — do DF, estado ou município onde se localize a escola. Deverá ainda incluir ao menos 3 milhões de alunos por ano, concentrados nas cidades escolhidas para abrigar o programa.

Essas cidades oferecerão horário integral em todo o seu sistema escolar e os meios para a modernização dos equipamentos pedagógicos e das edificações. As escolas das cidades participantes serão administradas de forma descentralizada, sob a coordenação de prefeitos ou governadores.

O ingresso na carreira nacional ocorrerá por meio de concurso público nacional e o plano de cargos e salários da carreira será o mesmo adotado pelo Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro. Com isso, o salário médio do magistério subiria dos atuais R$ 1,3 mil para R$ 4 mil, ressalta Cristovam na justificação do projeto.

Fonte: www.cristovam.org.br

Brasil e Dinamarca ampliam acordo de cooperação em C&T !

Os ministros da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e da Educação, Fernando Haddad, assinaram nesta quinta-feira (17) com a ministra de Ciência e Tecnologia e Inovação da Dinamarca, Charlotte Sahl-Madsen, um Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Educação Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação. Entre as áreas de interesse estão: energia renovável, meio ambiente, ciências agrícolas e políticas públicas de inovação.

O ministro Aloizio Mercadante reiterou que as experiências de cada país devem ser compartilhadas. “A Dinamarca é um país que investe 3% do PIB em C&T, sendo 2% provenientes do setor privado. Temos interesse em que as nossas empresas participem cada vez mais dessas pesquisas. Esse conhecimento deles pode nos ajudar”, avaliou.

Em maio, haverá um workshop na Dinamarca sobre técnicas aplicadas no setor alimentar. A ministra Charlotte Sahl-Madsen declarou estar ansiosa para iniciar os trabalhos de cooperação. “Queremos estabelecer uma ponte de conhecimento e experiências. Tenho certeza que podemos nos ajudar muito. As ambições brasileiras são ótimas e servirão para impulsionar a economia do País”, declarou.

Na área educacional, Charlotte Sahl-Madsen destacou que os objetivos de Brasil e Dinamarca são iguais. “Sempre queremos melhorar a educação dos nossos professores assim como vocês. O intercâmbio de profissionais é uma ótima oportunidade. O Brasil está de parabéns pelos avanços conseguidos no setor educacional durante a última década”, finalizou.

Fonte: www.mct.gov.br