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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Câmara aprova projeto que facilita prova de embriaguez e dobra multa da Lei Seca!


Proposta torna a Lei Seca mais rígida e permite que testemunho e vídeo sejam usados como prova criminal. Texto, que prevê multa de R$ 1.915 para quem dirige após beber, ainda será analisado no Senado.



O Plenário aprovou, nesta quarta-feira (11), o Projeto de Lei 5607/09, do deputado Hugo Leal (PSC-RJ), que dobra a multa por dirigir sob influência de álcool ou outras drogas que causam dependência e permite o uso de imagens ou vídeos para constatar essa infração. A matéria, aprovada na forma do substitutivo do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), será votada ainda pelo Senado.


De acordo com o texto, a multa passará de R$ 957,70 para R$ 1.915,40 nos valores atuais, sendo aplicada em dobro no caso de reincidência no período de até 12 meses. Permanece a suspensão do direito de dirigir por um ano. As mudanças são no Código Brasileiro de Trânsito.


Crime
Em relação ao crime de dirigir sob influência de álcool, com pena prevista de detenção de seis meses a três anos, o projeto estipula um novo limite para sua tipificação.


Além dos 6 decigramas ou mais de álcool no sangue, será admitido como prova 0,3 miligramas de álcool por litro de ar expirado no bafômetro. Também será admitida a caracterização da conduta por meio da constatação de sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora, segundo disciplinar o Conselho Nacional de Trânsito (Contran).


Entretanto, o texto já define que a prova desse crime poderá ser produzida por meio de teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova admitidos em direito. A pessoa acusada poderá produzir contraprova.


Acidentes
O texto retira a condição impositiva de realização do teste de sangue ou de bafômetro do motorista envolvido em acidente de trânsito. O projeto prevê que o condutor “poderá” ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, permita concluir a presença de álcool ou outra droga.

Reação
Edinho Araújo relatou a matéria pela Comissão de Viação e Transporte e acatou emendas dos deputados Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Domingos Sávio (PSDB-MG).


A iniciativa de votar o projeto surgiu como reação da Câmara à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que considerou como válidas para desencadear uma ação penal apenas as provas produzidas por exame de sangue e teste do bafômetro, confirmando que a pessoa não é obrigada a produzir provas contra si mesma.


“A Câmara entrega à sociedade uma legislação que vai permitir a punição do motorista que bebe ao volante. Porque com a decisão do STJ, ficamos com uma lei sem eficácia”, afirmou o relator. Sobre o aumento da multa, o relator disse: “Há quem diga que é preciso pesar no bolso para a pessoa se educar.”

Guincho
Uma mudança que vale para todos os casos de apreensão de veículos previstos no Código prevê que o recolhimento do veículo ao depósito ocorrerá por serviço público executado diretamente ou contratado por licitação pública pelo critério do menor preço.




Íntegra da proposta:



Reportagem - Eduardo Piovesan
Edição - Daniella Cronemberger


Instalada Comissão de Sindicância para investigar acusados de envolvimento com Cachoeira!








Foi instalada nesta noite a Comissão de Sindicância que vai investigar os deputados que são alvo de representações do Psol sob a acusação de envolvimento com o contraventor Carlos Cachoeira. O colegiado é composto por cinco deputados: quatro parlamentares que compõem a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que já indicou os relatores.


O deputado Maurício Quintela Lessa (PR-AL) ficou com o caso de Sandes Junior (PP-GO); o deputado Evandro Milhomem (PCdoB-AP) vai relatar a representação contra Rubens Otoni (PT-GO) e Jerônimo Goergen (PP-RS) ficou com o caso de Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Também integra a comissão o deputado Odair Cunha (PT-MG).


A corregedoria tem 45 dias para dar o parecer, que vai dizer se os deputados suspeitos devem ou não ser investigados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.


A comissão também aprovou pedido de informação ao Supremo Tribunal Federal sobre os deputados investigados.


Os parlamentares já foram notificados e o deputado Rubens Otoni já apresentou sua defesa. Os outros dois têm cinco dias úteis para se manifestarem.


Operação Monte Carlo
A Operação Monte Carlo foi deflagrada pela Polícia Federal no fim de fevereiro, para desbaratar um esquema ilegal de jogos de azar, que seria comandado por Carlinhos Cachoeira. O empresário está preso em um presídio federal em Mossoró (RN).


Escutas da operação divulgadas pela imprensa revelaram conversas suspeitas entre o senador Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. As investigações da Polícia Federal também apontaram a existência de relações próximas entre Cachoeira e deputados federais.




Reportagem – Jaciene Alves
Edição – Regina Céli Assumpção